“Imagem não é nada, sede é tudo”, dizia, há algum tempo, uma marca de refrigerante. Na época, essa frase me intrigou demais, pois trabalho com construção de marca e imagem desde 1994 e sei o quanto isso é importante.
Com o decorrer do tempo e o surgimento de vários canais de comunicação, entre eles as redes sociais e, mais precisamente o Instagram, muita coisa mudou. Os influenciadores digitais chegaram com tudo e trouxeram uma espécie de Terra Prometida para as marcas. Rapidamente, elas correram atrás dessas pessoas e o marketing nunca mais foi o mesmo.
Marca
Pois muito bem, mas como nem tudo o que reluz é ouro, aos poucos e com muita derrapadas desses influenciadores, marcas começaram a perceber que não adianta usar fórmulas milagrosas. É preciso constância, estratégia e ações que fortaleçam, cada vez mais, suas imagens.
Achar que basta nomear um nome famoso para levar o recado ao mercado é algo muito perigoso. Até porque, esse nome famoso pertence a um ser humano, que é passível de erros, ainda mais se for jovem, infelizmente.
Pensando nisso, cito dois casos para reflexão:
- Anúncio no BBB: uma marca de cosméticos investe pesado no BBB, cuja edição 2020 é formada por influenciadores digitais. Recentemente, duas participantes conversavam e reclamavam do cabelo, que estava péssimo, por causa do xampu fornecido pela casa. Oras, se o programa é um reality ao vivo, foi impossível editar essa parte e a marca deve estar dolorida até hoje com essas críticas em rede nacional e, claro, com repercussão nas redes sociais;
- Gabriela Pugliesi: a famosa influenciadora fitness deu um grande tiro no pé, ao gravar stories de uma reunião em casa, com várias amigas, justamente em tempos de isolamento social. Ela não apenas mostrou a festa, mas falou bobagens, o que deixou as pessoas revoltadas. Conclusão: perdeu patrocínios em um único dia e teve que encerrar “momentaneamente” a conta no Instagram.
Posso citar ainda inúmeros casos ao longo dos anos, mas esses dois mostram muito bem que, não adianta confiar em ações caríssimas e que não têm controle algum.
Força da marca
Creio que, hoje em dia, o marketing deve ser muito mais cauteloso e estratégico. Não precisa, necessariamente, somas vultuosas de dinheiro. Se tiver é bom, logicamente, mas também é possível ter ótimos resultados por meio de ações inteligentes.
Vejo também a retomada do interesse por profissionais de comunicação com capacitação, que podem gerir crises, ao mesmo tempo em que criam demandas e dão resultados positivos. Logicamente que nada será como antes, mas, aos poucos, as marcas estão menos interessadas na sede desenfreada de visibilidade e mais na força da imagem.
Diante de tudo isso, torço muito para que esses casos e novas reflexões realmente levem a comunicação a outro patamar no mundo pós Covid-19.
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